sábado, 17 de agosto de 2013

TAM prorroga prazo para adesão à demissão voluntária

A TAM Linhas Aéreas prorrogou até o dia 21 de agosto o prazo para adesão ao programa de demissão voluntária e licença não-remunerada, de acordo com comunicado da empresa. No mês passado, a companhia entrou em acordo com o Sindicato Nacional dos Aeronautas sobre o plano para a demissão de 811 tripulantes.
Segundo a TAM, a decisão de ampliar o prazo foi tomada em conjunto com o sindicato e foi motivada "pela alta procura por informações e por esclarecimento de dúvidas por parte de pilotos, copilotos e comissários".
A licença não-remunerada está aberta a todos os tripulantes e terá validade de 18 meses, prorrogáveis por mais 12 meses. O funcionário licenciado e familiares contarão com plano de saúde nos seis primeiros meses e, durante o período de licença, com benefícios de bilhetes aéreos iguais aos dos funcionários ativos da empresa.
Já o programa de demissão voluntária inclui indenização adicional para os que aderirem, além de seis meses de plano de saúde e três passagens aéreas para o funcionário e familiares diretos.
A TAM ainda informou que a reestruturação anunciada pela companhia será concluída ainda no mês de agosto.
Demissões da TAM
A companhia TAM Linha Aéreas chegou a um acordo com o Sindicato Nacional dos Aeronautas para demitir 811 tripulantes dentro de um plano corte de despesas. A TAM e o sindicato decidiram que perderão seus empregos 146 pilotos, 194 copilotos e 471 comissários de bordo, segundo um comunicado do sindicato.
A companhia teve que reduzir sua oferta no mercado interno em 12% em comparação aos voos de 2011 devido aos aumentos constantes dos custos, segundo o comunicado. A TAM é a companhia líder do Brasil, com uma parcela de 39,75% do mercado interno, segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) referentes ao mês de junho.

Obs: Lamentável que a situação tenha chegado a este ponto! :(
Desejo sorte para todos os tripulantes que serão afetados, e que não desistam nunca!

15 coisas que os Comissários gostariam que os passageiros soubessem!

Tempo afastado, mais estou voltando, então bora pra mais um post ;)

Existem algumas coisas que comissários de bordo não dizem aos passageiros, mas que podem tornar o convívio em voo bem mais agradável.
  1. Ao colocar a bagagem de mão no bin empurre-a até o final, não a deixe para fora para que o comissário tenha que acomodá-la melhor.
  2. Quando o comissário entregar-lhe uma xícara de café e perguntar “açúcar ou adoçante?”, mas você não ouvi-los, é seguro supor o que estão pedindo. Não há necessidade de perguntar 10 vezes.
  3. Por favor, impeça que seu filho brinque com o botão de chamar comissários de bordo.
  4. É uma porta de banheiro – não ciência de foguetes.
  5. Se você tem um bebê, traga fraldas, se você está doente, traga medicação.
  6. Viajando para o exterior? Traga uma caneta. Há uma boa chance de você precisar preencher formulários para entrar num país estrangeiro.
  7. Aguarde para ir ao banheiro até que o trolley esteja fora do corredor.
  8. Não é difícil dizer boa tarde e obrigada.
  9. Não os cutuque para chamar a sua atenção, use o botão de chamada.
  10. Se os comissários solicitam um médico a bordo, não é um bom momento para pedir uma bebida.
  11. Sim, não há problema em usar os banheiros enquanto você está no chão.
  12. Comissários não têm que recolher fraldas sujas ou lenços usados. Não custa levantar e jogar no lixo do lavatório.
  13. Comissários detestam atrasos de voo tanto quanto você. Eles chegam geralmente no avião uma hora antes dos passageiros para se preparar para o voo, e estão no aeroporto há algumas horas antes disso. Se você está cansado lembre-se que eles também podem estar.
  14. Não adianta levantar-se assim que o avião pousa (inclusive é proibido! Atenção ao sinal de atar cintos!). Todos terão a chance de sair da aeronave, você não será esquecido no avião.
  15. Nosso principal papel a bordo é garantir a sua segurança. O serviço de bordo é apenas uma cortesia da companhia aérea.

Caso tenham duvidas ou sugestões para melhorar o Blog e etc. Favor comentarem aí em baixo rsrs
Agradeço.
Abraços.

sábado, 8 de junho de 2013

Entrevista - Comissário da GOL!

Marcilio Breno de Oliveira Soares é um comissário de bordo cearense que tem 23 anos de idade está nesta profissão há 3. Além de comissário ele é instrutor de Emergências a bordo em escola de aviação civil, e vai contar a vocês um pouco sobre como é a sua carreira.


1-    Quando decidiu se tornar um Comissário de Bordo?
Marcílio Breno (MB) - Meus brinquedos preferidos sempre foram os aviões. Além disso, desde muito cedo, quando a viagem de avião ainda não era acessível a todos, eu me realizava quando ouvia alguém contar sua experiência de ter voado… Eu queria saber de tudo! Do lanchinho servido a bordo, do friozinho na decolagem que todos diziam, da beleza das “aeromoças”, de como era o avião por dentro… De tudo aquilo que é novidade quando não conhecemos o voo. Em 2007, ganhei de presente de aniversário dos meus pais, uma viagem para o Rio de Janeiro. Não era uma viagem comum, eu ia de AVIÃO!!! Foi perfeito!!! No voo, os comissários super atenciosos respondiam as milhares de perguntas que eu fazia. Comi comida da tripulação e até speech (alocução os passageiros) eu fiz! O desejo que sempre tive, a atenção que ganhei em minha primeira viagem e a ideia da possibilidade de conhecer o mundo foram os motivos que me fizeram querer estar como eles um dia… E hoje estou aqui!!!
2-   Além de comissário, você é instrutor em escola de aviação civil. O que você ensina? Há quanto tempo? Conta um pouco para nós sobre este outro lado de sua carreira!

MB - Sou instrutor da disciplina de Emergência a bordo há 2 anos e meio. Dedico minhas folgas a SAT – Escola de Aviação Civil de Fortaleza.  Lá eu divido a sala de aula com outra comissária (Suellen Soares), que também voa na GOL. Procuramos tornar nossa aula bem prática e dinâmica, levando aos nossos alunos todas as nossas experiências e tudo o que aprendemos. Esse lado da instrução pra mim é fascinante… Os alunos ficam empolgados conosco, pois já somos comissários e assim como nós fomos um dia, nos enchem de perguntas. A própria disciplina ajuda a despertar vontade nos alunos. Emergências, Simulações práticas… O brilho no olhar deles me faz querer poder contribuir para a realização de cada um.

3-  Depois de formado demorou muito para você conseguir ingressar na Gol? Como foi esse processo da busca pela vaga?
MB - Minha escola iniciou o envio do meu currículo para as empresas tão logo eu fui aprovado na banca da ANAC. Eu acompanhei o ritmo e enviei para todos os endereços que eu encontrava na internet, me cadastrei nos sites de todas as cias aéreas. Eu queria muito voar e apesar de ter o sangue “LARANJA” (risos), essa não foi a primeira empresa na qual tive oportunidade de participar do processo seletivo.
Primeiramente participei do processo seletivo da TAM e WEBJET em 2008 e 2009 respectivamente. Na TAM fui aprovado, porém desligado antes mesmo do iniciar minhas atividades devido à crise financeira mundial que acontecia naquela época e que atingiu o plano de crescimento da empresa. Foi uma decepção muito grande! Na Webjet eu não fui aprovado. Na época fiquei muito triste, mas hoje sei que tudo isso aconteceu porque o melhor estava por vir… Eu faria parte do “Time de Águias”!!!
Em 2010 tudo aconteceu!

4-  Como foi se mudar para São Paulo?
MB - Essa foi a parte mais difícil. Sou muito apegado a minha família e não conhecia ninguém na capital paulista. Minha chegada ao aeroporto de Congonhas foi marcada por muitas interrogações. Eu tinha 19 anos e nunca tinha saído de casa. Com minha mala eu comecei aquela nova fase… Tudo aqui é bem diferente, mas logo me adaptei! Hoje fico pouco em São Paulo. Uso meus passes para voltar pra casa nas folgas.
5-  Você consegue voltar na sua cidade? Na Gol existe a escala dirigida? Como funciona?
MB - Sim! No meu Caso, eu peço dispensa de hotel em Fortaleza. Quando minha escala esta sendo confeccionada, a empresa procura me encaixar em voos onde a tripulação pernoita em Fortaleza. Assim a tripulação segue para o hotel e eu descanso em casa! Nessa situação eu me apresento para o voo diretamente no aeroporto. Assim funciona para os tripulantes dos outros lugares também.
6-  Quanto aos destinos dos voos, dá tempo de conhecer os lugares por onde você passa?
MB - Essa é a melhor parte! É sempre bom dividir com os amigos as fotos de algum lugar novo. Dependendo do período de descanso, podemos aproveitar para conhecer o lugar em que estamos pernoitando. Sempre que possível juntamos alguns membros da tripulação e aproveitamos para isso! Quando o tempo é pouco, esperamos a um novo pernoite, pois precisamos descansar e estar sempre bem em nossos voos.
7-  Como é a sensação de sozinho com uma mala, viajar Brasil a fora? Um pernoite pode ser muito solitário? O que você diria aos que tem medo deste lado da profissão?
MB - Se eu pudesse colocar minha mãe, meu pai e meus irmãos na minha mala eu com certeza faria (risos). Sinto muita falta deles, mas posso garantir não ficamos tão sozinhos assim. A própria facilitação de comunicação que temos hoje (celulares e internet) ajuda a nos deixar mais próximos! Sempre que fico sozinho ligo a câmera do meu celular com meus pais ou irmãos pra mostrar meu quarto do hotel, o que vou jantar e saber deles também. Como sempre posso voltar pra casa, não sinto muita dificuldade quanto a isso. Para as Mamães comissárias sei que pode ser mais difícil.
8-  Como funciona sua rotina num dia normal de trabalho?
MB - Nossos horários nem sempre são iguais aos do dia anterior. Começamos nossa rotina de trabalho ainda em casa ou no hotel quando vestimos nosso uniforme. Temos que estar sempre muito bem apresentáveis. Seguimos para o aeroporto. Lá o(a) Comandante faz um briefing com sua tripulação e nos informa todas as condições daquele voo. O (a) Chefe de Cabine checa a documentação dos comissários e também nos passa algumas informações como o numero de passageiros, se teremos alguma prioridade ou atendimento especial no voo e tudo que julgar necessário. Depois disso vamos para o avião, cada comissário segue para sua área de atuação na aeronave e checa todos os equipamentos de emergência disponíveis a bordo, conforme estudamos sempre. Os tripulantes técnicos (Piloto e copiloto) fazem o mesmo na cabine de comando. A partir daí o embarque dos clientes está liberado. Recebemos todos com aquele sorriso, fazemos alocuções, fechamos as portas da aeronave, realizamos a demonstração de segurança, fazemos o serviço e bordo e ficamos sempre atentos a qualquer anormalidade na cabine de passageiros durante o voo. Nesse caso, avisamos a cabine de comando e atuamos de acordo com o nosso treinamento. É para garantir a segurança de todos que estamos ali!

9-  O comissário quando está fora da base vai direto ao hotel? A Cia que faz o translado? E quanto às refeições, são feitas no hotel? Estão inclusas?
MB - Sempre que chegamos a algum lugar fora de nossa base (a minha é São Paulo), no desembarque do aeroporto tem um transporte contratado pela empresa para nos levar para o hotel. O mesmo acontece no trajeto Hotel-aeroporto. Quanto às refeições, temos direito apenas o café da manha. As demais não estão inclusas em nossa hospedagem, pois periodicamente é depositado em nossa conta um valor referente às nossas diárias de alimentação. Funciona basicamente assim… Por cada período de refeição que se passa longe de sua base, você recebe uma diária. Atualmente o valor que o tripulante recebe por um período de almoço ou jantar caso ele esteja fora de sua base é um pouco mais de R$50,00 por refeição.
10-  E quanto ao uniforme, vocês os lavam e passam no hotel? Isto está incluído nas despesas de estadia bancadas pela empresa?
MB - Sim! Quando chegamos ao Hotel, nosso uniforme é retirado para ser lavado. No outro dia, uma hora antes da nossa apresentação ele é devolvido limpo e passado. Mesmo assim é importante sempre manter uma peça reserva na mala. Já pensou se acontece alguma coisa com a que você colocou pra lavar?
11-  Qual a parte mais difícil de ser comissário de bordo?
MB - Vejo que não temos uma profissão onde podemos dormir todos os dias com regularidade no mesmo horário e comer assim também. Com isso, às vezes nosso organismo não acompanha esse ritmo e nos sentimos menos dispostos… Por isso é muito importante cuidar do descanso, se alimentar bem e fazer alguma atividade física.
12-  Para você, quais as vantagens de ser comissário?
MB - Nossa formação nos da à oportunidade de conhecer um pouco de tudo. Temos conhecimentos de primeiros socorros, combate ao fogo, sobrevivência, nos dedicamos a falar mais de um idioma… Nem toda profissão oferece essa oportunidade. Temos uma remuneração razoavelmente boa e a oportunidade de oferecer a nossa família passagens bem mais baratas. Conhecemos o mundo e estamos sempre em bons hotéis. Quando falamos que somos comissários, todos querem saber um pouco sobre o nosso trabalho! Eu amo minha profissão!!!

13-  Você já passou por alguma situação complicada ou engraçada em voo? Alguma emergência?
MB - Já derramei bebida em alguns passageiros. Às vezes somos pegos de surpresa por algum movimento da aeronave e isso acontece… Fiquei com muita vergonha em todas elas. O negócio é manter a educação, o sorriso e fazer de tudo para minimizar a situação…
Nunca passei por nenhuma situação de emergência, mas procuro estar sempre bem condicionado para qualquer eventualidade. Temos um treinamento árduo quanto a isso!
14-  Quais são seus planos? Existe um plano de carreira para comissários de voo?
MB - Hoje sou aluno do curso superior de Ciências Aeronáuticas. Em médio prazo, pretendo fazer carreira como piloto. Ainda vai demorar um pouco… O comissário de acordo com seu tempo de empresa pode alcançar rotas mais desejáveis como os voos para fora do país. O cargo de Chefe de Cabine é alcançado de acordo com sua antiguidade e aprovação em provas. O Chefe de cabine pode se tornar instrutor de voo e até Examinador.
15-  Qual é o perfil de um comissário da Gol?
MB - Todas as empresas buscam comissários simpáticos, proativos, que saibam se expressar bem e que tenham facilidade em se comunicar com as pessoas. Na GOL não é diferente, mas sinto que além de tudo isso, temos um comportamento diferente, moderno, inovador… Somos muito humanos com nossos passageiros também. Aqui não esperamos nossos clientes com mãos sobrepostas na porta do avião. Estamos sempre de braços abertos pra todos eles.
16-  Algumas palavras de incentivo aos futuros comissários que estão ansiosos para voar?
MB - Sei que a espera pela oportunidade de uma seleção é angustiante e que às vezes nos desmotivamos com isso. Eu por exemplo passei dois anos para conseguir, mas dediquei esse período aos estudos de inglês e de cursos que fariam o diferencial no meu Curriculum. Use esse tempo para investir na sua formação! Invista em sua formação superior também! Guarde uma pequena reserva para seus gastos com a viagem para São Paulo… A qualquer momento você pode ser convidado a participar de uma seleção! Se a aprovação não vier na primeira tentativa, tente de novo!!! Por fim, não ouça nunca aqueles que lhe abordarem com palavras negativas… Logo vocês estarão aqui também! Ainda vamos nos encontrar nos aeroportos desse país… Eu tenho certeza!!!!

sábado, 4 de maio de 2013

Entrevista – Comissária da TAM

O nome dela é Tarcila Barbosa de Azevedo, 29 anos, uma comissária da TAM.



1. Há quanto tempo você é comissária de bordo? 
TARCILA DE AZEVEDO (TA) -  Há 4 anos e 9 meses. Terminei meu curso de comissária em Abril de 2007, prestei banca ANAC no mesmo mês e ano e fui admitida em julho de 2008.
2. Por que você decidiu tornar-se comissária?
TA -  Humm… Não era um sonho de criança. Brinco que caí de paraquedas na aviação. Foi algo que foi me conquistando aos poucos e já depois de adulta. Meu pai falava quando eu era criança que eu iria trabalhar em aeroporto e minha irmã ia se formar na faculdade. Eu cresci ouvindo isso, mas deixei de lado. Quando adulta, com exatos 21 anos, eu trabalhava como telefonista numa rádio na época e uma ouvinte quis ir à rádio me conhecer. De tanto ela ligar ficamos amigas. Quando ela me viu disse na hora que eu tinha perfil de aeromoça. Essa ouvinte trabalhava no aeroporto em Recife, no setor de raios-X. Eu disse pra ela que não, que eu não tinha altura suficiente nem beleza pra ser aeromoça. Ela insistiu. E quando foi certo dia ela ligou na rádio, no horário em que eu estava trabalhando e me deu o telefone da escola de comissário. Pediu pra eu ir atrás que eu tinha perfil sim. Aí curiosa fui atrás. Conversei com o dono da escola, perguntei se eu realmente tinha perfil e ele foi taxativo: tem perfil e ainda mais, perfil TAM. Fiquei toda animada e comecei a pesquisar mais sobre a profissão. Pronto! Foi o suficiente pro “bichinho” da aviação me contaminar. Amo o que faço!
3. Como foi o seu processo seletivo?
TA - O meu currículo foi enviado pela própria escola de comissários. No meu caso foi muito rápido! A escola enviou meu currículo numa segunda, me ligaram na quarta pra estar na seleção em SP na sexta. Uma semana de fortes emoções! A seleção durou 1 mês*.

4. Sua base é em qual cidade?
TA - Minha base é São Paulo.
5. Como é morar fora da sua cidade? 
TA - No começo não foi fácil. Uma cidade completamente diferente da minha, que eu só conhecia através dos noticiários na televisão. Mas quando temos vontade de ir em busca da conquista desse sonho, a diferença de cultura, sotaque, pouco dinheiro não importa muito. A intenção é conquistar seus objetivos. Logo que cheguei o primeiro impacto foi com o clima. Morei em Recife o tempo inteiro e só saí de lá pra ir morar em SP a trabalho, sem família, amigos, sozinha. Mas, Papai do Céu é muito justo com aqueles que buscam crescer na vida e na pensão onde fiquei fiz muitas amizades. Amigos que se tornaram irmãos em busca do mesmo objetivo e juntos conseguimos conquistar o que nos motivou a estar ali. 
6. Poderia explicar aos futuros comissários como funciona uma escala dirigida?
TA - A escala dirigida funciona da seguinte maneira: O Tripulante entra em contato com sua chefia e pede a escala dirigida que consiste em liberar o tripulante de pernoitar em hotel quando estiver tripulando um voo pra sua cidade de origem. Exemplo: Eu sou de Recife. Toda vez que tripulo voo pra lá não pernoito em hotel, mas sim na casa de meus pais. Assim a empresa economiza e eu consigo visitar mais vezes meus pais ao longo do mês. E também tenho mais voos programados para minha cidade natal.
7. O que dizer aos que moram em cidades sem base de companhia aérea e que têm receio de ter que se mudar? Dá tempo de voltar em casa? 
TA - Que não tenham receio da mudança. Tudo acontece pra um bem maior. Tenho vários amigos que moram no interior que visitam sim seus familiares apesar da cidade não ter aeroporto. Por lei temos direito a 8 folgas mensais e uma dessas folgas tem de ser uma FOLGA SOCIAL, que consiste em dois períodos de 24 horas sendo nos dias sexta e sábado ou sábado e domingo ou domingo e segunda. Essa folga social é justamente para que o tripulante vá visitar seus parentes, pais, amigos, viajar, estudar.. enfim fazer o que quiser. E a maioria de nós escolhe esse período para visitar os parentes. Além disso dá tempo sim de ir em casa nos demais dias de folga. Como trabalhamos por escala nem sempre teremos 2 dias apenas de folga. Muitas vezes a escala é publicada com 3, 4 ou até 5 dias de folgas seguidos!
8. Qual sua altura? O que você diria aos que se acham baixinhos demais ou altos demais, há lugar para eles na profissão?
TA - Tenho 1,60m. O que eu diria: que existe lugar pra todo mundo em todo lugar. Alguns amigos que foram reprovados por altura na mesma cia aérea em que eu trabalho, hoje trabalham em outras cias aéreas e estão completamente felizes e realizados. O segredo é não desistir!

9. E quanto à idade? As empresas seguem alguma regra de limites de idade para contratação? 
TA - Não tenho certeza quanto a regra de limite de idade. Mas existem comissários que começaram na aviação com 35, 37 anos de idade. Não são tripulantes que voaram em outras cias aéreas antes de chegar nessa empresa. São pessoas que realmente começaram com uma idade mais madura, mais experiente e com um outro olhar em relação ao trabalho.
10 . Em sua opinião, há muita gente competindo por vagas? Há espaço para todo mundo?
TA – Não. Faltam comissários qualificados para assumir a função. Há vagas para todos.
11. O que pode ser um diferencial no candidato em busca do sonho? Quais os tipos de qualificações que ele deveria ter no currículo?
TA - Preferencialmente IDIOMA FLUENTE! Isso é o diferencial pra qualquer cia aérea hoje em dia. Mas, se o comissário tiver nível intermediário seja qual for o idioma já está de bom tamanho.


12. Quais são os conselhos que você daria para quem está aguardando por ser chamado para uma entrevista?
TA - Se preparar psicologicamente para as mudanças que estão por vir. Se preparar financeiramente, fazendo uma poupança, para pagar as despesas de viagens para a seleção, hospedagem, alimentação. E principalmente se preparar investindo em idiomas. Ingressar na aviação hoje, sem ter ao menos noção em um idioma, seja ele qual for, é perder 50% de chance de ser aceito por uma cia aérea. E não vale dizer que não tem condições de pagar um curso de idiomas. Eu não tive condições e meti a cara nos livros e estudei sozinha, traduzindo músicas, lendo livros nas bibliotecas públicas. Hoje é muito comum os cursos de idiomas pela internet e gratuitos. Vale a pena dedicar umas horinhas diariamente.
13. Quais os prós e os contras de ser comissária de bordo?
TA - A profissão tem seu lado bom, mas também tem o seu lado “menos bom”. O lado bom é a tua evolução, o contato com pessoas de todo lugar do mundo. A oportunidade que você tem de abrir o leque de conhecimentos. Você aprende no dia-a-dia a ter jogo de cintura, saber lidar com o próximo, com pessoas de todo tipo. É chegar a uma cidade e pensar: quem diria que eu estaria aqui com pessoas que nunca vi na vida, que nesses dias de voo são meus companheiros de trabalho, vivendo esse momento gratificante? Oportunidade de conhecer o mundo! De ter um bom salário, de ajudar quem você quiser. De planejar ir a Disney nas férias e se sentir uma criança quando tirar uma foto ao lado do Mickey.
Agora o lado “menos bom”, posso dizer assim é que nem sempre teremos tempo hábil de estar ao lado das pessoas que amamos. Datas comemorativas, aniversários, nascimentos, óbitos, nem sempre você estará presente. Amigos alguns entenderão. Outros deixarão de te convidar pra festa deles justamente pela sua ausência. Mas posso ser sincera, os amigos que não entendem sua profissão jamais foram seus amigos de verdade. Estar longe não quer dizer que você não está presente. Os amigos de verdade sempre terão orgulho de dizer: Meu amigo é comissário de voo. Seus parentes terão orgulho em te ver de uniforme e ter uma foto sua na casa deles. Quantos sonhos você embalará quando uma criança te vir de uniforme e pedir: posso tirar uma foto com você? É nisso que penso sempre que tenho de voar na noite de Natal, Ano Novo, dia das mães, dia dos pais. Não é fácil, mas com o tempo você se adapta e cada tripulação com quem você voa forma-se uma nova família.
14. O que é mais gratificante em sua profissão?
TA - Ah, com toda certeza, é fazer parte da vida de cada um dos passageiros que levo. Cada um tem sua particularidade. Uns ansiosos e encantados por ser a primeira vez que andam de avião. Outros tristes por estar indo ao enterro de um parente. Mas a maioria deles felizes por estar ali tendo um pouquinho da sua atenção que para alguns deles é o momento mais esperado da viagem. Realizo-me quando um passageiro desembarca e fala pra mim: excelente voo, excelente equipe chefe. Parabéns! 




terça-feira, 30 de abril de 2013

Processo seletivo da TAM – Comissária relata como foi!

Confira o relato da comissária da TAM, Tarcila de Azevedo, que participou do processo seletivo em 2008, quando ela tinha 24 anos de idade. Este depoimento serve para que você que está em busca de uma vaga em qualquer companhia aérea se sinta mais à vontade quando for participar de sua própria seleção. Observe que este processo seletivo ocorreu há quase 5 anos, e que não necessariamente a companhia adota os mesmos procedimentos hoje.

“Nossa, faz tanto tempo! Não lembro com riqueza de detalhes sobre o processo seletivo, mas lembro de fatos que são importantes para quem está começando agora. O meu currículo foi enviado pela própria escola de comissários. No meu caso foi muito rápido! A escola enviou meu currículo numa segunda, me ligaram na quarta pra estar na seleção em SP na sexta. Uma semana de fortes emoções! A seleção durou 1 mês. Foram 4 etapas que acontecia 1 vez na semana. A primeira etapa foi bem emocionante. Coração pulsando forte, roupa social impecável, cabelo, maquiagem, salto, tudo nos conformes. E quando cheguei ao auditório da empresa havia 200 comissários para participar da primeira etapa! Nossa! E eu era a única com terninho e saia marrom risca de giz, rsrsrs. Todos estavam com cores como azul marinho e preto e eu a única de marrom! Pensei comigo: acho que escolhi a cor errada! E logo começaram a chamar um por um e distribuir em salas com no máximo 30 pessoas cada. Tive de fazer uma redação contando sobre a História da Minha Vida. As mãos tremiam na hora de escrever, mas me concentrei e fiz a redação. Após isso tinha de esperar ser chamada para a entrevista individual com a equipe de RH da empresa. Lá foi medida minha altura, perguntas sobre a minha vida, porque decidir trabalhar ali e sobre tatuagens. Não omiti nada! Foi tão rápido que pensei que não tinha sido aprovada. A resposta não deram no mesmo dia. Deram dias depois via e-mail, onde constava a data da próxima etapa e o traje que teria de vestir. Os dias pareciam que nunca chegavam. Enfim, chegou o e-mail dizendo que fui aprovada e marcando o próximo local da entrevista.”

“Minha segunda etapa foi na semana seguinte. Outra entrevista individual com psicólogos, os gerentes do setor de RH e o comissário mais antigo da empresa. Eles observavam tudo. A forma de falar, comportamento, maquiagem, cabelo, roupa, unhas, tudo. E essa entrevista não durou mais do que 5 minutos. Saí mais uma vez com o sentimento que não havia conseguido. E mais uma vez tinha de esperar o e-mail com a resposta, positiva ou negativa. E dessa vez o e-mail chegou primeiro que eu na pensão, rsrsrs. Lá estava a resposta de aprovação e a data da próxima etapa de seleção. A cada semana o coração ficava mais acelerado! E eu que tinha ido pra SP com roupas para apenas 1 semana e já estava lá há duas. A saudade de casa era enorme! Mas estava firme e forte no meu propósito. Enfim chegara o momento da terceira etapa: dinâmica de grupo! E qual não foi a minha surpresa que na sala onde faria a dinâmica havia 10 comissários, 9 gaúchos e eu única nordestina. Alguns rostinhos já conhecidos ali compartilhando da mesma emoção. A dinâmica transcorreu tranquila e a resposta só chegaria por e-mail. Mas dessa vez tinha uma observação: essa era praticamente a última etapa. Quem fosse aprovado já estava 90% empregado. Fiz minha dinâmica de grupo numa segunda-feira e a resposta só chegaria por e-mail na sexta-feira. E como demorou pra chegar a sexta!!! No dia certo a pensão estava cheia e muitos dos amigos que fiz estavam lá torcendo por mim. Um dos meus amigos pediu pra acessar meu e-mail e quando ele abriu minha caixa de mensagens lá já constava: 1 mensagem não lida! Nossa! Era da empresa. Meu coração não cabia mais no peito! Coloquei a mão no rosto e não quis ver. Qual não foi a minha felicidade quando os amigos começaram a me dar os parabéns e a comemorar a minha conquista! Estava ali: PARABÉNS, VOCÊ FOI APROVADA! Que felicidade… Nesse momento só queria correr para um orelhão, ligar pros meus pais e comemorar com eles (Eu não tinha telefone celular nessa época). Nossa… Lembro como se fosse hoje. Eu mal conseguia falar, a família estava reunida em casa. Quando eu disse: Mãe, eu consegui! Ela só me falou: eu sabia filha que você ia conseguir. Você é guerreira! Deus te abençoe! A quarta etapa era apenas o exame admissional da empresa. Após documentação entregue, carteira assinada e data de treinamento agendado eu segui pra Recife para enfim comemorar pessoalmente com quem jamais deixou de acreditar em meu potencial: meus pais.”

Entrevista – Comissária de Bordo fala sobre sua carreira!

O Nome dela é Amabili Correia, ela tem 24 anos de idade e é comissária de bordo há um pouco mais que dois.


1) Como foi seu caminho do momento que você decidiu ser comissária até ser contratada?
Comissária Amabili Correia – Quando eu fiz o curso em 2009 o mercado estava meio parado, eu trabalhava numa escola de inglês, depois consegui trabalhar na Passaredo na área de coordenação de voo. Mesmo trabalhando lá, eu passei por quatro entrevistas e só passei na quarta. Ou seja, às vezes os entrevistados se desanimam no primeiro “não”, mas eu acho que nunca se deve desistir.
2) Como foi seu treinamento dentro da empresa após a seleção? E o cheque em voo?
Amabili Correia - Após a seleção fizemos o treinamento em solo durante um mês, nele  eram compreendidos aulas de sobrevivência; primeiros socorros; equipamentos (fala sobre a aeronave que íamos voar), nessa matéria você aprende sobre procedimentos de emergência e rotina de voo. Também tivemos aulas práticas de emergência e sobrevivência na selva e no mar.
Na Parte teórica em solo tínhamos provas diárias sobre o que tínhamos aprendido e no último dia tivemos uma prova geral.
Quando se inicia a instrução em voo a instrutora realiza perguntas sobre tudo o que você aprendeu em sala de aula e te ensina sobre a rotina de voo, como a sequência de cheque dos equipamentos de emergência a bordo, serviços de bordo e apresentação pessoal.
Levamos uma pastinha que contém fichas que devem ser preenchidas pelas instrutoras, nelas são colocadas o seu desempenho em voo, seu comportamento e seu interesse. No cheque inicial são no mínimo 50 horas de voo, após as 50 horas e com a pasta preenchida a instrutora te libera ou não para o cheque, que pode ser feito por uma pessoa da ANAC ou uma comissária checadora da empresa.
Após o cheque eu iniciei meus voos sozinha, quando voava o EMB145 era somente necessária uma comissária.

3) Como funciona a divisão de tarefas a bordo da aeronave?
AC – Hoje a Passaredo mudou de aeronave e estamos com o ATR 72 500/600, somos em 2 comissárias – a supervisora e a auxiliar. A supervisora nada mais é do que a mais antiga de matrícula do dia, ou seja, hoje eu posso ser supervisora amanhã pode ser que eu seja auxiliar. Sabemos as duas funções.
4) Você sempre trabalha com a mesma tripulação?
AC - Não. A escala sempre varia de tripulação
5) Como é calculado o salário de um comissário? E os benefícios?
AC - O nosso salário é calculado por km voado, mas existem empresas que calculam por hora voada. Temos o piso salarial, mais os km voados, mais periculosidade e compensação orgânica. Os km são divididos em diurno, noturno e especial (feriado ou domingo).
6) Você já teve que lidar com alguma emergência a bordo?
AC - Uma passageira já desmaiou na minha frente. Ainda não tínhamos decolado, prestei os primeiros socorros ministrei oxigênio mas os bombeiros chegaram e terminaram o atendimento. Ela preferiu não ir no voo.
7) Dá tempo de conhecer as cidades por onde você passa?
AC - A maioria das vezes dá tempo de conhecermos as cidades por onde vamos, o legal é que conhecemos lugares que nunca imaginaríamos estar, o que eu mais gosto é de provar as comidas típicas.
8) Em sua opinião, quais as vantagens e desvantagens de ser comissária de bordo?
AC - Na minha opinião são mais vantagens do que desvantagens. As vantagens é de estarmos sempre arrumadas , conhecermos lugares inusitados, sempre tem algum artista a bordo também (risos). Somos pessoas normais, mas quando estamos uniformizadas parece que somos super-heróis, todos os passageiros nos olham e parece que eles sentem uma certa segurança na gente. De certa forma eles sabem que estamos lá para atender sempre com um sorriso e voz calma, mas segura, às suas necessidades. Às vezes levamos e trazemos os mesmos passageiros e eles ficam super felizes em nos rever. Acho que não existe desvantagem quando você ama o que faz
9) O que você gostaria de dizer às pessoas sobre seu trabalho?
AC - Gosto muito do que faço e faço com amor. Independente da profissão, devemos colocar a nossa dose de amor e dedicação, não existe resultado sem esses dois ingredientes. Pensem positivo, pensar positivo atrai coisas positivas. Se um dia ouvir um não, não significa que você não é capaz, mas significa que sua hora não chegou mas vai chegar, é só ter fé. Se for fácil demais, você poderá não valorizar depois. Caso veja uma pessoa errando, não erre porque ela errou e não se importou em fazer certo, se você sabe o certo, faça-o, e use essa pessoa de espelho para você não cometer o mesmo erro. E o mais importante: Nunca se acomode, procure sempre se atualizar e continue estudando.