terça-feira, 30 de abril de 2013

Processo seletivo da TAM – Comissária relata como foi!

Confira o relato da comissária da TAM, Tarcila de Azevedo, que participou do processo seletivo em 2008, quando ela tinha 24 anos de idade. Este depoimento serve para que você que está em busca de uma vaga em qualquer companhia aérea se sinta mais à vontade quando for participar de sua própria seleção. Observe que este processo seletivo ocorreu há quase 5 anos, e que não necessariamente a companhia adota os mesmos procedimentos hoje.

“Nossa, faz tanto tempo! Não lembro com riqueza de detalhes sobre o processo seletivo, mas lembro de fatos que são importantes para quem está começando agora. O meu currículo foi enviado pela própria escola de comissários. No meu caso foi muito rápido! A escola enviou meu currículo numa segunda, me ligaram na quarta pra estar na seleção em SP na sexta. Uma semana de fortes emoções! A seleção durou 1 mês. Foram 4 etapas que acontecia 1 vez na semana. A primeira etapa foi bem emocionante. Coração pulsando forte, roupa social impecável, cabelo, maquiagem, salto, tudo nos conformes. E quando cheguei ao auditório da empresa havia 200 comissários para participar da primeira etapa! Nossa! E eu era a única com terninho e saia marrom risca de giz, rsrsrs. Todos estavam com cores como azul marinho e preto e eu a única de marrom! Pensei comigo: acho que escolhi a cor errada! E logo começaram a chamar um por um e distribuir em salas com no máximo 30 pessoas cada. Tive de fazer uma redação contando sobre a História da Minha Vida. As mãos tremiam na hora de escrever, mas me concentrei e fiz a redação. Após isso tinha de esperar ser chamada para a entrevista individual com a equipe de RH da empresa. Lá foi medida minha altura, perguntas sobre a minha vida, porque decidir trabalhar ali e sobre tatuagens. Não omiti nada! Foi tão rápido que pensei que não tinha sido aprovada. A resposta não deram no mesmo dia. Deram dias depois via e-mail, onde constava a data da próxima etapa e o traje que teria de vestir. Os dias pareciam que nunca chegavam. Enfim, chegou o e-mail dizendo que fui aprovada e marcando o próximo local da entrevista.”

“Minha segunda etapa foi na semana seguinte. Outra entrevista individual com psicólogos, os gerentes do setor de RH e o comissário mais antigo da empresa. Eles observavam tudo. A forma de falar, comportamento, maquiagem, cabelo, roupa, unhas, tudo. E essa entrevista não durou mais do que 5 minutos. Saí mais uma vez com o sentimento que não havia conseguido. E mais uma vez tinha de esperar o e-mail com a resposta, positiva ou negativa. E dessa vez o e-mail chegou primeiro que eu na pensão, rsrsrs. Lá estava a resposta de aprovação e a data da próxima etapa de seleção. A cada semana o coração ficava mais acelerado! E eu que tinha ido pra SP com roupas para apenas 1 semana e já estava lá há duas. A saudade de casa era enorme! Mas estava firme e forte no meu propósito. Enfim chegara o momento da terceira etapa: dinâmica de grupo! E qual não foi a minha surpresa que na sala onde faria a dinâmica havia 10 comissários, 9 gaúchos e eu única nordestina. Alguns rostinhos já conhecidos ali compartilhando da mesma emoção. A dinâmica transcorreu tranquila e a resposta só chegaria por e-mail. Mas dessa vez tinha uma observação: essa era praticamente a última etapa. Quem fosse aprovado já estava 90% empregado. Fiz minha dinâmica de grupo numa segunda-feira e a resposta só chegaria por e-mail na sexta-feira. E como demorou pra chegar a sexta!!! No dia certo a pensão estava cheia e muitos dos amigos que fiz estavam lá torcendo por mim. Um dos meus amigos pediu pra acessar meu e-mail e quando ele abriu minha caixa de mensagens lá já constava: 1 mensagem não lida! Nossa! Era da empresa. Meu coração não cabia mais no peito! Coloquei a mão no rosto e não quis ver. Qual não foi a minha felicidade quando os amigos começaram a me dar os parabéns e a comemorar a minha conquista! Estava ali: PARABÉNS, VOCÊ FOI APROVADA! Que felicidade… Nesse momento só queria correr para um orelhão, ligar pros meus pais e comemorar com eles (Eu não tinha telefone celular nessa época). Nossa… Lembro como se fosse hoje. Eu mal conseguia falar, a família estava reunida em casa. Quando eu disse: Mãe, eu consegui! Ela só me falou: eu sabia filha que você ia conseguir. Você é guerreira! Deus te abençoe! A quarta etapa era apenas o exame admissional da empresa. Após documentação entregue, carteira assinada e data de treinamento agendado eu segui pra Recife para enfim comemorar pessoalmente com quem jamais deixou de acreditar em meu potencial: meus pais.”

Entrevista – Comissária de Bordo fala sobre sua carreira!

O Nome dela é Amabili Correia, ela tem 24 anos de idade e é comissária de bordo há um pouco mais que dois.


1) Como foi seu caminho do momento que você decidiu ser comissária até ser contratada?
Comissária Amabili Correia – Quando eu fiz o curso em 2009 o mercado estava meio parado, eu trabalhava numa escola de inglês, depois consegui trabalhar na Passaredo na área de coordenação de voo. Mesmo trabalhando lá, eu passei por quatro entrevistas e só passei na quarta. Ou seja, às vezes os entrevistados se desanimam no primeiro “não”, mas eu acho que nunca se deve desistir.
2) Como foi seu treinamento dentro da empresa após a seleção? E o cheque em voo?
Amabili Correia - Após a seleção fizemos o treinamento em solo durante um mês, nele  eram compreendidos aulas de sobrevivência; primeiros socorros; equipamentos (fala sobre a aeronave que íamos voar), nessa matéria você aprende sobre procedimentos de emergência e rotina de voo. Também tivemos aulas práticas de emergência e sobrevivência na selva e no mar.
Na Parte teórica em solo tínhamos provas diárias sobre o que tínhamos aprendido e no último dia tivemos uma prova geral.
Quando se inicia a instrução em voo a instrutora realiza perguntas sobre tudo o que você aprendeu em sala de aula e te ensina sobre a rotina de voo, como a sequência de cheque dos equipamentos de emergência a bordo, serviços de bordo e apresentação pessoal.
Levamos uma pastinha que contém fichas que devem ser preenchidas pelas instrutoras, nelas são colocadas o seu desempenho em voo, seu comportamento e seu interesse. No cheque inicial são no mínimo 50 horas de voo, após as 50 horas e com a pasta preenchida a instrutora te libera ou não para o cheque, que pode ser feito por uma pessoa da ANAC ou uma comissária checadora da empresa.
Após o cheque eu iniciei meus voos sozinha, quando voava o EMB145 era somente necessária uma comissária.

3) Como funciona a divisão de tarefas a bordo da aeronave?
AC – Hoje a Passaredo mudou de aeronave e estamos com o ATR 72 500/600, somos em 2 comissárias – a supervisora e a auxiliar. A supervisora nada mais é do que a mais antiga de matrícula do dia, ou seja, hoje eu posso ser supervisora amanhã pode ser que eu seja auxiliar. Sabemos as duas funções.
4) Você sempre trabalha com a mesma tripulação?
AC - Não. A escala sempre varia de tripulação
5) Como é calculado o salário de um comissário? E os benefícios?
AC - O nosso salário é calculado por km voado, mas existem empresas que calculam por hora voada. Temos o piso salarial, mais os km voados, mais periculosidade e compensação orgânica. Os km são divididos em diurno, noturno e especial (feriado ou domingo).
6) Você já teve que lidar com alguma emergência a bordo?
AC - Uma passageira já desmaiou na minha frente. Ainda não tínhamos decolado, prestei os primeiros socorros ministrei oxigênio mas os bombeiros chegaram e terminaram o atendimento. Ela preferiu não ir no voo.
7) Dá tempo de conhecer as cidades por onde você passa?
AC - A maioria das vezes dá tempo de conhecermos as cidades por onde vamos, o legal é que conhecemos lugares que nunca imaginaríamos estar, o que eu mais gosto é de provar as comidas típicas.
8) Em sua opinião, quais as vantagens e desvantagens de ser comissária de bordo?
AC - Na minha opinião são mais vantagens do que desvantagens. As vantagens é de estarmos sempre arrumadas , conhecermos lugares inusitados, sempre tem algum artista a bordo também (risos). Somos pessoas normais, mas quando estamos uniformizadas parece que somos super-heróis, todos os passageiros nos olham e parece que eles sentem uma certa segurança na gente. De certa forma eles sabem que estamos lá para atender sempre com um sorriso e voz calma, mas segura, às suas necessidades. Às vezes levamos e trazemos os mesmos passageiros e eles ficam super felizes em nos rever. Acho que não existe desvantagem quando você ama o que faz
9) O que você gostaria de dizer às pessoas sobre seu trabalho?
AC - Gosto muito do que faço e faço com amor. Independente da profissão, devemos colocar a nossa dose de amor e dedicação, não existe resultado sem esses dois ingredientes. Pensem positivo, pensar positivo atrai coisas positivas. Se um dia ouvir um não, não significa que você não é capaz, mas significa que sua hora não chegou mas vai chegar, é só ter fé. Se for fácil demais, você poderá não valorizar depois. Caso veja uma pessoa errando, não erre porque ela errou e não se importou em fazer certo, se você sabe o certo, faça-o, e use essa pessoa de espelho para você não cometer o mesmo erro. E o mais importante: Nunca se acomode, procure sempre se atualizar e continue estudando.






domingo, 28 de abril de 2013

Caso Avianca 6313 – Um olhar crítico sobre o sensacionalismo na TV


Olá Tripulantes!
Num dia normal na vida de comissário pode acontecer muita coisa. Confira como um caso de atraso pode tomar um rumo inesperado e tire suas conclusões sobre como a mídia lida com isso.

Era apenas o fim de mais um dia de trabalho. Na quinta-feira, 11 de abril, o voo 6313 da Avianca fazia a última etapa da rota GIG/SSA/GIG/SSA/GRU. Mas um problema mecânico atrasou a saída de Salvador para São Paulo em cerca de cinco horas.
O resultado de qualquer atraso é sempre a impaciência e revolta de passageiros e, claro, com tamanha demora para decolar não poderia ser diferente. Só que, neste caso, a tripulação também estava sendo penalizada, com mais de dez horas de trabalho e oito horas de voo.
Foi pedido que todos desembarcassem, pois outra tripulação assumiria o voo, em cumprimento à Lei 7.183, que regulamenta os limites de jornada de trabalho e horas de voo de pilotos e comissários de bordo, evitando a exaustão desses profissionais e, com isso, visando a segurança de tripulação e passageiros.
Todos os consumidores que se sintam lesados com atrasos na aviação têm o direito de reclamar aos órgãos competentes e exigir reparações. Mas desrespeitar leis e causar baderna dentro de um avião não é algo que deva ser admitido, principalmente quando também há desrespeito aos profissionais que trabalham para o transporte e segurança no ar.
CONFUSÃO – Tão cansada quanto os passageiros em caso de atraso, a tripulação procura entender e minimizar os efeitos das reclamações a bordo e neste caso do Avianca 6313 não seria diferente. Mas um passageiro, se intitulando defensor dos consumidores, deu início a um motim dentro da aeronave, se recusando a desembarcar e estimulando os demais a entrarem na confusão.

O passageiro em questão era o candidato a prefeito de São Paulo, em 2012 pelo PRB, Celso Russomano. Ele usou o P.A. (interfone do avião) para incitar os outros passageiros a se recusarem a deixar a aeronave, se dizendo também piloto e exibindo conhecimento do código de defesa do consumidor, mas mostrando total desconhecimento das leis que regem a carga de trabalho dos profissionais da aviação brasileira e as normas de segurança.
Este artigo é baseado em relatos de tripulantes e passageiros do voo em questão, colhidos em matérias jornalísticas e depoimentos e fóruns de discussão na internet. Segundo relatos de testemunhas, para evitar mais problemas, o comandante acionou a Polícia Federal, procedimento padrão em casos como este. Só que Celso Russomano teria usado a presença da Polícia Federal ali para se promover como apresentador de um programa que defende consumidores.
TELEVISÃO – Celso Russomano apresenta na TV o quadro Patrulha do Consumidor, no Programa da Tarde, da Rede Record. E foi este mesmo programa que exibiu uma matéria sobre o caso, com imagens feitas dentro do avião e no saguão do aeroporto.

“E veja só que curioso: dessa vez a vítima foi o próprio Celso Russomano”, afirma o apresentador do Programa da Tarde, Britto Jr., na chamada do vídeo. Sobre o atraso, ele diz que “o que seria uma simples viagem se tornou uma maratona de espera e descaso”. Quando fala da espera, ele não está errado. Realmente, é como vítimas de descaso que se sentem os passageiros quando enfrentam longos atrasos. Mas daí a dizer que “o Celso teve até que chamar a Polícia Federal”… Os fatos foram um pouco distorcidos…
Vamos ao começo da matéria: o locutor diz que o Patrulha do Consumidor esteve em Salvador ouvindo dezenas de denúncias durante todo o dia e, cansado, Russomano desejava voltar para São Paulo. O voo marcado para as 21h43 sofreu atraso de mais de cinco horas. No vídeo, o telespectador lê “passageiros pedem ajuda a Celso”. E foi com câmera e microfone abertos que Russomano teria se intitulado porta-voz de todos que estavam cansados de um dia inteiro de trabalho ou de uma longa viagem. Mas e o piloto? E os comissários? Essas pessoas também não estavam cansadas?

POLÍCIA FEDERAL – Na matéria exibida pela Rede Record, Celso Russomano diz que chamou a Polícia Federal, que chegou quando os passageiros ainda estavam dentro da aeronave. Um Policial Federal explica que os passageiros teriam que desembarcar, pois estariam tomando posse de um equipamento de uma companhia aérea caso não obedecessem as regras da mesma. O vídeo também mostra Russomano tentando dar uma “carteirada” no policial: “Fui presidente da frente parlamentar da Policia Federal durante 14 anos. Se hoje a Policia Federal tem cursos universitários isso se deve a mim”.
A matéria divide opiniões. Algumas pessoas reclamam de desrespeito por parte da companhia aérea e concordam com a atitude do apresentador. Outras questionam a postura de Russomano e ressaltam equívocos da matéria: “Mentira! Quem chamou a Policia Federal foi o comandante do voo. O Russomano causou motim e incentivou os passageiros a não descerem da aeronave. Eu estava no voo. Todos estávamos cansados. A tripulação já estava voando havia quase 10 horas. O comandante explicou que por segurança não poderia sair com o voo.”, disse o leitor de um blog que publicou o vídeo retirado do YouTube (www.blogdomarcelo.com.br).
Outro internauta critica o programa de televisão: “Puro sensacionalismo da Record! Já ouviram falar em Regulamentação Aeronáutica? Leiam a regulamentação e saibam os seus direitos e deveres.”
A chamada do vídeo diz “Confusão e desrespeito no aeroporto de Salvador”. Neste caso leitor, o que você acha? Quem desrespeitou quem?
Veja o Vídeo no Link abaixo:




sábado, 27 de abril de 2013

Aeromoça da Varig: elegância e postura na apresentação profissional


"Os passageiros nos vêem como símbolo de elegância e postura", diz Sofia Rossi - aeromoça comissária de bordo da Varig e profissional de etiqueta profissional.
Sofia Rossi é uma figura emblemática na história da aviação civil brasileira. Comissária de voo com quase de 27 anos de experiência, trabalhou na Cruzeiro do Sul e na Varig.
Autora do livro Modos e Estilos, Sofia é também consultora de etiqueta, boas maneiras, postura e marketing pessoal.
Confira abaixo: 
Uma frase: Viva intensamente cada minuto de sua vida, pois ele é único!
Uma cidade no mundo: Los Angeles/ US
Uma cidade brasileira: Rio de Janeiro
Rota favorita: Los Angeles/ Tokyo
Um filme: Amor além da vida
Um ator/atriz: Anthony Hopkins/ Meryl Streep
Um livro: A viagem de uma alma – Peter Richelieu
Um escritor(a): Carlos Castanheda
Prato preferido: Massas em geral
Bebida favorita: Água e vinho tinto
Porque decidiu ser aeromoça?
Quando era pequena, meu irmão e eu desenhávamos aviões o tempo todo. Ele sempre na cabine de comando e eu na cabine de passageiros. Ele não seguiu a profissão, pois teve um problema no ouvido interno, já eu segui meu sonho. 
O que é ser comissária de voo para você?
A comissária é um ser especial. Ser comissária é ser responsável, disciplinada e comprometida com o trabalho. Sempre quis entender o que nos faz largar mão da vida “normal” e seguir esta carreira fascinante!
A aviação comercial perdeu o glamour que tinha?
Não que tenha perdido o glamour, mas a aviação contemporânea segue o cotidiano das pessoas, que mal tem tempo para sua própria vida. Hoje em dia em menos de duas horas podemos chegar a vários lugares no nosso país. A aviação mudou, as pessoas mudaram, os interesses mudaram e as empresas também.
O glamour existia, pois eram outros tempos e nem todos tinham acesso a viagens aéreas, voar era um evento social.
Qual dica você poderia dar para pessoas que pretendem ingressar na profissão?
Que tenham o pé no chão ao constatar a instabilidade que está a aviação no mundo inteiro. Que não abandonem suas faculdades, que estudem muito e aprimorem um idioma, pois será seu diferencial em qualquer empresa, independente de ser ou não na aviação.
Infelizmente nem todos conseguirão pegar sua mala para trabalhar a bordo. Lamento que algumas escolas, visando apenas seu interesse financeiro, não aconselhem os aspirantes à função e com isso, alimentam esperanças em pessoas que sabemos que não chegarão lá. Como disse anteriormente, a aviação mudou.
O que diria aos pais de uma garota que não aceitam a profissão para a filha?
Situação complicada essa hein? Para ingressar na carreira é exigida idade superior a 18 anos e a essa altura, supõe-se que a candidata já deva ter em mente o que pretende fazer de sua carreira profissional. Cabe aos pais apoiar seus filhos e não criticar suas escolhas. Na carreira a participação da família é fundamental.
Poderia citar uma situação engraçada que ocorreu em algum voo?
Sim foram várias! Esta, por exemplo, aconteceu no Rio de Janeiro durante um embarque. A aeronave estava em posição remota e um colega muito solícito viu uma senhora subindo as escadas com um bebê no colo e sacola na outra mão. Imediatamente foi em sua direção para ajudar e “pegou a criança” que vinha ao seu lado! Foi aí que a criança disse:
- Me larga!!! Você não está vendo que sou anão?
Já passou por alguma situação grave de emergência? Se sim, poderia contar um pouquinho para nós?
Sim e felizmente não foram muitas.
Foi em 1985, num DC10 voo Manaus/ Brasília/ Rio de Janeiro. Já havíamos servido o almoço e estávamos aprontando as bandejas de café. Eu trabalhava na primeira classe e como já havia terminado meu serviço, resolvi dar um pulinho na econômica para ajudar os colegas.
Quando cheguei na galley traseira, vi que tinha muita gente por lá e resolvi voltar. Já estava perto da porta 2 (porta de embarque) quando caímos. Nesta queda, eu subi, bati com o ombro no teto do avião e a colega que estava ao meu lado também ‘voou’.
Caímos no chão, vimos que estávamos bem e imediatamente nos dirigimos à econômica, onde tinham mais passageiros. A visão foi horrível! Parecia um terremoto!
Os passageiros que estavam sem cinto também ‘voaram’ e caíram em cima dos que o usavam. Alguns se machucaram, outros começaram a chorar e nessa hora, a gente consegue ter forças sem saber de onde! 
Qual a importância da elegância e da etiqueta na profissão de aeromoça?
Primordial! Lidamos com todo tipo de gente e temos que ter o discernimento ao atende-los! Apesar da correria nos voos os passageiros ainda nos vêem como símbolo de elegância e postura. Acho importante que as escolas de aviação proporcionem esta matéria à seus alunos. 
O que já sentiu e/ou sente pela antiga Varig?
Sempre tive vontade de ser comissária da Varig, já que era a maior empresa do Brasil e consegui durante quase 27 anos. Foi uma relação duradoura e feliz, amava meu trabalho e a Empresa. Fiz o possível e o impossível para exercer meu trabalho à bordo e hoje faz parte do meu passado recente, já que tive maravilhosas oportunidades proporcionadas por ela. Como aquela Empresa na qual eu voei não existe mais, ficou a saudade dos bons tempos apenas.
Existe alguma companhia aérea (mesmo internacional) que você admira por achar que faça prevalecer a elegância e glamour de antigamente?
Como disse anteriormente, as empresas e seus interesses mudaram, são outros tempos. Acredito que apenas na primeira classe tenhamos mais tempo para dar atenção aos passageiros. Admiro o serviço e apresentação da Emirates.
O que é mais importante para ser um excelente comissário?
Para ser comissário de bordo há que ter dedicação, postura e disciplina. Para ser um excelente profissional é necessário o comprometimento e completa adaptação ao que se faz.
O passageiro perfeito é aquele que...?
Entra no avião, nos cumprimenta, presta atenção em nossas demonstrações de emergência, que se dispõe a nos ajudar em caso de necessidade e que não cria situações desagradáveis a bordo.
O comissário de voo perfeito é aquele que…?
É comprometido com seu trabalho. Uma vez de uniforme, tem a consciência que representa a companhia aérea perante tudo e a todos. É o que respeita e é respeitado. É o que cuida de sua saúde e não voa doente. É o que acata as normas da profissão e não as desrespeita.
 Bons voos a todos!
Muito obrigado, Sofia!! 









Seleção Emirates Em Porto Alegre - 18 de Maio

Atenção Tripulantes!
A seleção da Emirates acontecerá também em Porto Alegre, no dia 18 de Maio! Confira como o processo seletivo funciona!



Open Day (OD) dia 18 de Maio de 2013 em Porto Alegre:
Local do evento: Aerosul Escola de Aviação - Av. Julio de Castilhos, 159, 14° andar – Centro Histórico, Porto Alegre/RS
Atenção! O Assessment Day (AD) será no dia 01 de Junho, também em São Paulo (observe abaixo tudo sobre o OD e o AD).
(Não adianta telefonar para os hotéis onde serão os eventos ou para o escritório da Emirates em São Paulo, pois eles não possuem informações sobre o processo seletivo. Para maiores informações: info@flyrightintl.com)
Se Porto Alegre é muito longe para você, haverá também seleção da Emirates em São Paulo, no dia 25 de maio. Confira AQUI detalhes!
ENTENDA O PROCESSO SELETIVO:
CARREIRA – Você que sonha em ser comissária(o) de bordo também pode seguir um caminho diferente do tradicional adotado no Brasil, seguindo a carreira diretamente no exterior! Uma das possibilidades é a companhia aérea Emirates, com sede em Dubai. A Emirates adota um processo seletivo periodicamente em diferentes países, inclusive no Brasil, e é fácil participar.
Para isso, antes de qualquer outro requisito, o candidato à vaga precisa ter um nível fluente em inglês. Não é necessário ter concluído (nem sequer se matriculado) em curso de formação exigido pela ANAC, (confira os requisitos exigidos para a carreira no Brasil aqui), basta participar do processo seletivo e atender aos requisitos exigidos pela empresa.
Requisitos mínimos:
  • Inglês fluente;
  • 21 anos de idade (mínimo de 20 anos e 9 meses. É presciso ter 21 anos quando da mudança para Dubai);
  • Ensino médio concluído;
  • Não possuir tatuagens visíveis (nem mesmo escondidas por micropore ou maquiagem);
  • Passar no “teste de alcance” (é eliminatório). Trata-se de um teste em que o candidato, sem sapatos e na ponta dos pés, tem que alcançar a altura mínima de 212 cm com a ponta dos dedos.
Atenção:
  • Especificamente para esta seleção, a exigência de idiomas paracandidatos homens além do inglês fluente é uma terceira língua, no nível intermediário avançado, dentre estas: árabe, alemão, russo, chinês, vietnamita ou qualquer língua asiática. Para mulheres, apenas o inglês fluente é exigido.
 Como funciona o processo seletivo?
Primeiro Passo: Open Day (OD)
Aberto a todos e gratuito. Acontece periodicamente no Brasil. Não é necessário agendamento, geralmente há muitas vagas e os candidatos não competem entre si.
O candidato terá que se cadastrar previamente no site da Emirates, clicando aqui: Cadastro.
No OD são mostrados vídeos, passadas informações e tiradas dúvidas sobre a companhia e o trabalho. Os candidatos passam por entrevista individual em inglês e, se necessário, realizam um teste escrito. Realizam também o “teste de alcance”. É esperado que o OD dure de 3 a 6 horas, dependendo do número de candidatos.
dress code em todas as etapas do processo seletivo é executivo, no padrão de companhias aéreas.
São exigidos para essa etapa o currículo em inglês e duas fotos no tamanho 5x7cm com roupa executiva e sorrindo (mulheres tem que estar maquiadas, com cabelos presos e sem lenço no pescoço).
O resultado da seleção do OD é enviado por email, e se o candidato for aprovado nesta etapa, ele poderá participar da etapa seguinte, chamada de Assessment Day (AD).
Atenção! Candidatos que participaram de um OD anteriormente devem refazer a entrevista e o teste escrito de inglês para se requalificar. São necessários 3 meses de espera entre a última seleção e a próxima a candidatar-se novamente.
2º Passo: Assessment Day (AD) 
Após o candidato receber o email de aprovação no OD deverá confirmar sua presença no AD (ou seja, a participação nos ADs são mediante convite por email).
Nesta etapa que dura um dia, recrutadores de Dubai vêm ao Brasil exclusivamente para selecionar candidatos. São exigidos novamente o currículo em inglês; duas ou mais fotos casuais (ao ar livre, de jeans e camiseta, de frente para a câmera, mulheres de cabelos soltos e salto alto, nada de tênis); Mais fotos casuais 5×7.
São também exigidos diplomas do ensino médio e/ou faculdade; qualquer diploma relevante (inglês, TOEFL, IELTS, de aviação); carta de referencia de outra companhia se possível. Se estes documentos estiverem em português deverão se traduzidos e anexados aos originais e cópias.
O candidato saberá o resultado logo ao término das dinâmicas de grupo, e os que forem bem sucedidos são convidados para a etapa final.

3º Passo: Final Interview (FI)
Ocorre normalmente de 2 a 3 dias após o AD e dura uma hora. (Ainda não é garantia de vaga, portanto o candidato não deverá ainda pedir demissão de seu emprego atual).
O resultado da entrevista final é enviado por Dubai de 3 a 6 semanas após o FI, se todos os documentos forem entregues corretamente.
Se o candidato for selecionado, receberá uma ligação telefônica (sempre em inglês) e um email com instruções a serem seguidas (realização de exames médicos e odontológicos, documentação final e assinatura de contrato). Assim que os resultados dos exames forem recebidos e aprovados pela companhia esta dará a aprovação final.
A data da viagem definitiva para Dubai é definida neste momento. O visto e a passagem aérea são providenciados pela Emirates.
Mais informações: info@flyrightintl.com, http://www.flyrightintl.com/ e  http://www.emiratesgroupcareers.com/
- Vale enfatizar que os dados aqui passados são apenas de caráter informativo. É da responsabilidade do candidato confirmar junto à Fligh Right International, responsável pelo recrutamento da Emirates no Brasil, sobre qualquer mudança que venha a acontecer em suas programações.



Uniforme de Comissarios Azul Trip


Aeromoças e comissários de voo de uma companhia aérea ilustram a imagem da empresa para os seus clientes.
Na aviação é muito tradicional as empresas aéreas investirem no uniforme de seus tripulantes a marca e filosofia da empresa.
Além de contar com uniformes elegantes e que remetem a uma aviação glamourosa, porém eficiente, as aeromoças da Azul vestem um uniforme simples e elegante. O design dos uniformes da tripulação da Azul Linhas Aéreas é assinado pela estilista Isabella Giobbi. Os uniformes de tripulação da Azul remetem aos anos dourados da aviação brasileira e reportam à época em que viajar era sinônimo de elegância e cortesia.
Os uniformes de tripulantes da Azul foram principalmente inspirados na antiga companhia aérea PanAm, e o charme fica por conta do casquete de feltro de lã que as aeromoças da Azul usam na cabeça.

Novos Uniformes Azul Trip Linhas Aéreas


Os novos uniformes de aeromoças, comissários de bordo, piloto e todos da Azul que usam uniformes, foram desenvolvidos para a companhia resultante da fusão entre a Azul e a Trip. "A decisão de criar um novo uniforme era clara desde o primeiro momento em que as duas empresas tiveram a intenção de se associar".
Os tons de azul nas peças respeitam a identidade visual da empresa, que em novo logotipo traz os tons da Azul e da Trip.
As novas peças foram desenvolvidas para áreas específicas da companhia. Entre os que ganharão novos trajes estão agentes de aeroporto, tripulação de bordo (comissários e pilotos), pessoal de operações de solo e técnicos de manutenção.
"Para cada um foram criados uniformes para as diferentes posições hierárquicas, facilitando a identificação dos líderes de cada equipe. Além disso, a coleção conta com diferentes peças para cada tipo de clima, facilmente adaptáveis aos quatro cantos do país e às estações do ano".
Agora, estes novos uniformes foram criados pela estilista Tereza Santos, diz a empresa, e idealizados pelo diretor de comunicação e marca, Gianfranco Beting.
Confira abaixo algumas fotos de aeromoças, comissários de bordo com os novos uniformes da Voe Azul: 
A Azul Linhas Aéreas realiza um projeto de responsabilidade social em prol da prevenção e combate ao câncer.
Para divulgar esta ação social e realizar um marketing social, a empresa possui em sua frota a aeronave rosa. A tripulação deste avião é sempre composta apenas por mulheres que vestem o já tradicional uniforme cor de rosa da Azul Linhas Aéreas Brasileiras.



Entrevista – Comissária de Bordo da Emirates!

Olá tripulantes!
Conheça como é a vida de uma comissária de bordo da Emirates!

O nome dela é Priscila Quach, uma cuiabana de 28 anos que apesar da pouca idade já possui bastante experiência de vida. Quando não estava trabalhando a bordo das diversas aeronaves da Emirates ela estava aproveitando mais ainda a oportunidade única de ser uma comissária de bordo – conhecer o mundo! Além de comissária de bordo ela também é blogueira, e em seus blogs revela os altos e baixos do seu dia a dia.


Porque você decidiu se tornar uma comissária?
Priscila Quach (PQ) – Eu nunca tive a idéia de me tornar comissária. Nunca. Eu era jornalista no Brasil e exercia a profissão. Foi muito por acaso. Senta que lá vem a história.
Em 2008 eu estava passando uns meses com meu então namorado em Houston – EUA. Eu estava fazendo umas aulas particulares de inglês e a minha professora disse que queria que eu fizesse um exercício com as tirinhas em quadrinhos do jornal. Ela especificamente me mandou comprar a edição de Domingo. No sábado a noite eu sai com meu namorado e encontramos uns amigos dele para fazer um lanche de madrugada. A esposa do amigo dele era comissária da Continental e contou um pouco da vida dela e de como ela conheceu vários países. Achei interessante. Cheguei em casa de madrugada e olhei os sites de pelo menos três companhias americanas procurando vagas. Nenhuma estava contratando. Eu queria mais era uma oportunidade de emprego aqui que me desse Visa e assim ficar mais tempo perto do amado.
No dia seguinte comprei o jornal e o meu namorado me mostrou um anúncio para a entrevista da Emirates. Resolvi tentar de raiva. Eu já estava há pelo menos 9h de voo de distância dele e ele agora me queria mandar para 16h de distância?
 Por quanto tempo você trabalhou na Emirates?
PQEu entrei na Emirates em janeiro de 2009 e sai em junho 2010.
Em qual companhia trabalha hoje?
PQ - A companhia que eu trabalho hoje tem leis bem restritas com relação ao que os funcionários postam na internet, por isso não vou dizer o nome. Mas dou a dica de que é a maior companhia aérea do mundo em número de rotas.


Como surgiu a ideia de fazer seus Blogs “Pra lá de Dubai” e “Agora Vôte!”?
PQ - Na verdade eu comecei o “Pra lá de Dubai” antes de ir para Dubai. Por um curto tempo ele serviu mais como um diário para deixar escapar um pouco da ansiedade enquanto eu esperava o meu final approval da Emirates. Eu já tinha recebido a “Golden Call” e estava para ficar louca literalmente esperando a confirmação. No fim eu deletei os primeiros posts e recomecei o blog para que amigos e familiares tivessem notícias do que eu estava fazendo do outro lado do mundo (e ao redor do mundo).


O novo blog “ Agora Vôte!” eu criei depois que me mudei de Dubai, já que o nome não justificaria mais, para contar o meu período de transição para os EUA.

Quanto a Emirates, como foi seu processo seletivo? 
PQ – Eu fiz a minha entrevista em Houston, Texas. Eles não fizeram Open Day pois o número de aplicantes aqui não é tão grande como no Brasil por exemplo. Eu preenchi o formulário online e o AD foi postergado por conta de um furacão que passou por aqui. No novo dia marcado apareceram cerca de 50 pessoas de todo os EUA. Poucas pessoas eram na verdade de Houston. No fim do dia éramos 10 pessoas selecionadas para a FI. Daquele dia eu só sei de mim e uma taiwanesa com quem fiz amizade desde o primeiro momento que cheguei no OD. Nós duas fomos escolhidas.


Agora vem o que é importante. Se você quer passar na seleção da Emirates ou de outra companhia aérea, presta atenção no que eu vou dizer. As entrevistas são todas muito parecidas. Ser comissário de bordo não é astrofísica. Por isso existem certas qualidades que eles procuram durante a entrevista.
* Será que ainda é preciso eu dizer que aparência é 50%? Não estou dizendo que precisa ser bonito(a). Estou dizendo que precisa saber se portar, se vestir. Meninos de terno. Meninas de saia lápis e terninho, sapato fechado, maquiagem conservadora, batom vermelho e coque no cabelo. Bolsa e acessórios conservadores.
*Evite gesticular com as mãos. Tente mantê-las sempre junto ao corpo. Mantenha postura ereta.
Lembre se que você é uma lady (pelo menos por um dia).
* Companhias aéreas funcionam como um exército. Com hierarquia. Eles estão procurando por pessoas que saibam ser subordinadas, que respeitam o poder de quem está acima. Saiba expressar opinião sem ser contestador. Pense nisso quando for responder suas perguntas, principalmente relacionadas a empregos anteriores e nos exercícios de grupo.
* Durante os exercícios de grupo exponha a sua opinião, mas não tente ser líder. Não é isso que eles estão procurando. No entanto, vale dizer que é importante ouvir a opinião de todos antes de tomar qualquer decisão, inclusive perguntando qual a opinião daqueles que preferem ficar quietos. Isso mostra que você se preocupa com seus colegas e em dar a todos uma oportunidade justa.
* Vale ajudar os outros nos exercícios. Quando eles dizem que nínguem toma a vaga de nínguem eles estão falando a verdade. Ganhe pontos mostrando que você sabe trabalhar em grupo e que tenta ajudar quando outros mostram dificuldades.
Qual era seu nível de inglês quando você participou de seleção? Você dominava mais alguma outra língua?
PQ – Era mediano. Bem mediano. O importante é ter inglês suficiente para conversação e escrita básica. Não tem problema se você cometer erros gramaticais. Eu faço isso até hoje e possivelmente sempre irei. Contanto que você consiga entender e se fazer entender, é o suficiente. Peça ajuda de alguém que fale inglês antes de se arriscar na entrevista. Peça a alguém para avaliar o seu nível de conversação.
Saber mais outras línguas realmente ajuda a ganhar pontos. Eu só sabia inglês e espanhol bem mais ou menos.
Quanto tempo durou desde o processo seletivo até o seu embarque para Dubai?
PQ – Eu apliquei em agosto de 2008, fiz a entrevista em outubro e recebi a ligação em Dezembro e fui para Dubai em janeiro.
Eu deveria ter recebido a ligação em novembro, mas eles tiveram problema com as minhas fotos . Elas não estavam nítidas o suficiente. Então vale a pena ir em um estúdio e fazer as fotos. Qualquer estúdio consegue tirar fotos melhores que você mesmo na sua Tekpix. Eu me lembro de ter pago R$ 15 só para tirar as duas poses que eu precisava.


Qual foi sua primeira impressão ao chegar em Dubai?
PQ – Achei tudo tão diferente, mas ao mesmo tempo tão interessante. Eu estava muito feliz, e não conseguia segurar a ansiedade de começar logo a minha jornada. A empresa facilita tudo. Cuida de você como mãe e pensa em tudo.







Quanto tempo durou seu treinamento no Trainning College? Foi difícil?
PQ - Não consigo me lembrar exatamente se foram 5 ou 6 semanas. Eu acho que foram 6 semanas. Eles exigem muita dedicação e cobram muito. Pense nisso como um sacrifício que tem que ser feito pelo bem maior que há por vir. Acordava cedo para ir para o Training College e só voltava no meio da tarde para estudar mais e fazer os deveres de casa. Era o dia todo de dedicação. Principalmente se inglês não é a sua primeira língua.
Quando chega a hora dos simuladores eles destroem os seus nervos. Muita gente chora. E faz parte, eles precisam ver quem não consegue aguentar o tranco.
Foi difícil, cansativo, mas compensador. Os seus amigos de Training College muito possívelmente serão alguns dos seus melhores amigos para a vida toda.



Houve choque cultural no seu dia a dia nos Emirados Árabes? Quais eram suas impressões?
PQ - EU não diria choque cultural. Minha mente sempre foi muito aberta. Eu diria mais como um lugar que não para de te trazer surpresas. Boas e ruins, mas surpresas. O importante é entender e respeitar o fato de que você não está no seu país, você está no país deles e se não estiver satisfeito pode ir embora que nínguem vai te segurar. Eu aprendi a gostar da comida, das tradições, da história e até das músicas.
Você vai ver muitas coisas erradas também, muita hipocrisia. Mas qual país ou povo é perfeito?



O que você achou mais diferente do Brasil por lá?
PQ – A mistura de deserto e arranha-céus. O deserto continua sendo para mim um dos cenários mais bonitos.
Como era sua vida como comissária? 
PQ – Todo mês eles nos passavam o nosso roster (escala) com os voos e os dias que tinhamos de folga. Depois disso você poderia tentar trocar com outros comissários pelos voos de sua preferencia. Todo mundo que ter um layover, quando você passa um dia pelo menos no seu destino. Nínguem quer turnarounds, os famosos bate-e-volta. Num dia normal de voo eu acordaria quatro horas antes da hora de partida. Demorava uma hora para me arrumar, descia e esperava o ônibus da empresa. Chega no headquarters deles e espera a hora do meu check-in. Ia para o briefing e depois pegávamos o ônibus direto para o avião. A logística deles é algo impressionante. Na volta deixava meu uniforme sujo na lavanderia deles (é de graça) e pegava os uniformes limpos.
Você podia escolher os destinos que iria voar?
PQ – Você pode colocar o seu bid e pedir voos que preferir. Mas isso vai ser avaliado levando em conta a sua senioridade. Se não recebeu os voos que queria a outra opção seria tentar trocar com outro comissário.



Dava tempo de conhecer e aproveitar muitos lugares diferentes?
PQ – Dava sim. Com o tempo você aprende a fazer o máximo do seu tempo nos destinos. Todo layover era de no mínimo 24hs.
Que lugares você conheceu? Qual mais gostou?
Nossa, vai ser difícil fazer a lista aqui, mas foram mais de 25 países. Acho difícil decidir entre China e Tailândia.
Priscila viajou para Austrália, Áustria, Bangladesh, China, Coreia do Sul, Filipinas, França, Hong Kong, Índia, Indonésia, Itália, Japão, Malásia, Marrocos, Mauritius (uma ilha no oceano índico), Nova Zelândia, Reino Unido, Rússia, Cingapura, Tailândia, Tanzânia, Uganda, Vaticano, Emirados Árabes… ufa! É deve ter mais…



Quanto ganha um comissário da Emirates? Quais os Benefícios? Vocês pagam impostos, aluguel, água, luz…?
PQ - Salário inicial é por volta de Dhs 8 mil, a moeda local. O que dá por volta de 4500 reais. Mas tem também as diárias recebidas em cada layover, o que ajuda muito. Dubai é tax free, não se paga imposto. O apartamento é oferecido pela companhia, e no máximo dividido entre três pessoas do mesmo sexo. As contas de água e luz são pagas pela empresa também. E linhas de van ligando os prédios ao aeroporto são gratuitas para os funcionários…



 Como foi a decisão de não mais voar na Emirates? Você gostou de ter trabalhado lá?
PQ – A minha decisão de deixar a empresa foi totalmente por amor. Eu estava noiva e meu noivo estava em Houston e decidímos que era finalmente a hora. Eu deixe Dubai para me casar.
O que eu posso dizer é que lá vivi alguns dos meus melhores momentos e alguns dos piores também. Valeu muito a pena. Mas estava cansada também. Mentalmente e fisicamente. Tudo é lindo e maravilhoso mas você trabalha muito. Vai ficar cansada como nunca imaginou ser possível. Vai dormir 16hs seguidas algumas vezes e vai passar dias fechada no seu apartamento só descansando. mas vai também passar dias fora de casa só festando. Como eu disse. Aaaaltos e baaaaixos!
Numa visão geral, quais eram os prós e contra de ser comissária da Emirates?
PQ – Prós são o bom salário, vida boa, conhecer muitos países, fazer muitos amigos e festar como se não existísse amanhã.
Contras são trabalhar duro, muito duro e aguentar passageiros. Não qualquer passageiro, mas os passageiros da Emirates. É outra história.

Agora onde você mora? Como foi a decisão de voltar a ser comissária de bordo?
PQ – Atualmente eu moro em Houston, Texas – EUA. Eu tinha acabado de receber minha permissão para trabalhar e estava procurando emprego. Uma amiga me avisou que estavam contratando comissários. Eu apliquei e esqueci. Já tinha arrumado um outro emprego, que eu gostava e que era ligado a aviação também. Meses depois me ligaram para a entrevista. Recebi a oferta no mesmo dia e resolvi aceitar pelos benefícios, principalmente os de voo.
Dessa vez como foi à busca pelo emprego?
PQ – Como disse, uma amiga me informou sobre a oferta de emprego. A entrevista se resumiu a um dia e as perguntas foram muito parecidas com as da entrevista para a Emirates. Aqui as pessoas não vão tão preparadas como no Brasil e no momento em que eu entrei na sala eu sabia que ia conseguir. Eu estava preparada para outra entrevista da Emirates quando era só para uma companhia americana. Os standards são bem mais baixos.
Você gosta de sua nova companhia aérea?
PQ – Por mais que eu sinto a falta da organização e logística da Emirates eu posso dizer que eu amo meu trabalho aqui. Não tem todas as facilidades, eu pago impostos, tenho que dirigir para o aeroporto, lavar meu uniforme e não tenho por enquanto todos os destinos maravilhosos da Emirates. Mas o importante é que eu estou vivendo a vida real. Eu tenho a minha casa, meu marido, meus planos para o futuro aqui em Houston e minha aposentadoria. Coisas quase impossíveis de se conseguir em Dubai. No fundo todo mundo sabe que aquilo não é para sempre.


Quais são os destinos de seus voos hoje? Ainda dá pra passear bastante?
PQ – No momento eu estou na base doméstica. Faço voos dentro dos EUA e em países pertos no Caribe. Como eu sou uma comissária reserva, o que significa que eu preencho espaços nos voos, eu posso voar para qualquer outro destino dentro da empresa. Questão de sorte. Em 9 meses o mais longe que consegui ir foi ao Brasil e a Irlanda do Norte.


Um recado para os futuros comissários que desejam entrar na Emirates!
PQ – Pesquise muito. Existem tantos posts, comunidades e pessoas online dispostas a ajudar a dar dicas. Dá para ter uma idéia completa de todo o processo. Faça disso um projeto. Estude as perguntas e respostas, treine na frente do espelho. Vale a pena o esforço. Você não vai se arrepender. A Emirates deu para mim oportunidade não só de conhecer o mundo, mas de crescer como pessoa, como ser humano. Oportunidade de ver que o mundo é muito maior que o meu umbigo.
Visitem os Blogs da Priscila! Pra lá de Dubai e Agora Vôte!